Acordo comercial entre Mercosul e UE anima exportadores brasileiros de café

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Animados com o acordo comercial firmado entre Mercosul e União Europeia (UE), produtores brasileiros de café projetam expandir a participação no mercado europeu, que já é um dos principais clientes do grão nacional no exterior.

“Os negociadores foram muito eficientes e conseguiram concluí-lo. Nós ficamos muito satisfeitos com a área de comércio exterior. (…) É de suma importância um acordo como este. A Europa já é um grande parceiro brasileiro no que se refere a café e a outros produtos”, afirmou o presidente do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Nelson Carvalhaes, em entrevista à Agência Efe.

Dados da Cecafé apontam que o Brasil exportou 35,2 milhões de sacas de 60kg de café em 2018, um crescimento de 13,9% em relação a 2017. A Alemanha é o segundo país que mais importou o produto, com 5,6 milhões de sacas, o equivalente a 16% do total, atrás apenas dos Estados Unidos. Já a Itália é o terceiro maior cliente dos produtores locais, com 8,9% do total.

Segundo o presidente da Cecafé, apesar de o setor já atuar há anos no mercado europeu, o acordo comercial “muda o cenário para melhor”, porque fortalece os laços da comunidade europeia com o Mercosul.

“Para o nosso caso, o do Brasil e o seu café, isso é muito importante” avaliou.

Para Carvalhes, o café brasileiro tem características muito valorizadas pela União Europeia, como a qualidade, a produtividade e a sustentabilidade.

“Somos um país com leis sociais e ambientais muito rígidas, e isso atende os mais exigentes consumidores da UE. (…) Temos tecnologia, áreas de cultivo, pesquisa, produtores de mente aberta, comércio organizado e logística preparada. Temos estrutura e o nosso comércio de café completa daqui oito anos três séculos de tradição”, destacou.

Um mercado que poderá ser explorado pelos cafeicultores brasileiros, segundo Carvalhaes, é o do café moído, que não é um grande produto na pauta de exportações do setor.

“Temos uma grande indústria de café tostado ou moído, que consome 22 milhões de sacas por ano. As tarifas (na Europa) para o café solúvel serão reduzidas a zero em alguns anos, o que será um grande estímulo também para a indústria brasileira desse segmento, que é muito organizada”, projetou.

Além disso, Carvalhaes analisou a chamada “cláusula de produção”, que pode ser usada para impedir a chegada de um produto ao mercado europeu caso ele não cumpra as exigências sanitárias estabelecidas pelo bloco.

“Observo que o Brasil está absolutamente adequado às exigências da comunidade europeia. Não existe outro país no mundo produtor de café, respeitando todos os nossos competidores, que tenha a estrutura sustentável que o Brasil tem”, indicou o presidente do Cecafé.

Nesse sentido, Carvalhaes apontou que em Minas Gerais, responsável por 50% da produção de café no país, a média das reservas particulares ambientais dos produtores é de 30%, sendo que a legislação exige que eles tenham apenas 20% da área total preservada.

“Sem nos adequarmos às leis europeias não teríamos o êxito que temos com esse exigente consumidor”, explicou.

O presidente da Cecafé não quis fazer projeções em números a partir da implementação do acordo para o setor, mas afirmou que existem estudos da Organização Internacional do Café (OIC) que apontam que haverá aumento do consumo de café na Europa.

As previsões da OIC incluem o Reino Unido. Por isso, Carvalhaes disse que os produtores brasileiros devem esperar a publicação de novos dados do continente após o Brexit, a saída britânica do bloco, e que também considerem os cenários pós-acordo.

FONTE: Uol Economia

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