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China está praticamente abastecida até julho e continua comprando soja do BR, analisa Severo

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Os próximos passos de Irã e Estados Unidos? O clima na América do Sul? Os novos números do USDA? Tudo isso até tem espaço no radar dos participantes do mercado internacional da soja neste momento. No entanto, o que os traders querem mesmo saber neste momento é quanto de soja a China vai efetivamente comprar dos Estados Unidos depois de assinada a primeira fase do acordo comercial. 

A data prevista é 15 de janeiro. Até lá, as especulações não param de acontecer, porém, os detalhes do texto firmado entre as duas nações parece estar seguro e à prova de furos de reportagem. O que se sabe, todavia, é que informações oficiais dos EUA dão conta de que a nação asiática teria se comprometido com compras recordes de produtos agrícolas nos EUA. E nos últimos anos, a soja respondeu por metade das compras agrícolas chinesas no mercado norte-americano. 

Por outro lado, a China se posicionou afirmando ainda que não deverá se comprometer com volumes rígidos de compras e que irá buscar, como vem fazendo, acompanhar a competitividade dos preços. 

“A China irá comprar para a formação de estoques através das estatais. A soja brasileira é mais barata e o governo não pode impor que indústrias paguem mais caro pela soja americana”, explica o diretor do SIMConsult, Liones Severo.

Assim, o protagonismo do Brasil deve ser mantido no comércio global da oleaginosa, como já vinha sendo adiantado por Severo. “Os chineses já estão bem abastecidos de soja brasileira de fevereiro a julho. E ainda continuam comprando soja brasileira”, diz. 

Mais do que isso, apesar de problemas em função de adversidades climáticas que tem sido reportados, o Brasil ainda deverá colher uma safra robusta na safra 2019/20, acima das 120 milhões de toneladas de acordo com as últimas estimativas de consultorias privadas e instituições públicas como o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). 

“A guerra comercial e o embargo ao Irã levou o mundo descobrir o potencial do mercado brasileiro como grande ofertante do agronegócio. Desde já, o Brasil é considerado o celeiro da humanidade. O futuro chegou mas cedo”, complementa o diretor do SIMConsult.

EXPORTAÇÕES X ESTOQUES

Mais do que isso, o Brasil entra em 2020 com seus estoques de soja zerados diante da demanda fortee boa parte da nova temporada já comercializada. “A safra velha está virtualmente acabada. E da safra nova já temos 50 mnilhões de toneladas vendidas”, completa o especialista. 

Afinal, 2019 terminou com as exportações brasileiras somando um volume acima das expectativas iniciais e chegando a 78.215,2 milhões de toneladas, conforme mostram os números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Esse volume registra, dessa forma, o segundo melhor ano do Brasil, ficando atrás apenas do recorde histórico de 2018, quando foram exportadas mais de 83 milhões de toneladas da oleaginosa. 

“Isso mantém o país na liderança mundial das exportações em ritmo forte, superando os EUA em mais de 60% e, com 53% do volume total de Soja exportada no mundo, mantendo-se a frente entre os exportadores”, explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. “O volume superou as expectativas e deixa o Brasil com estoque de passagem praticamente zerado”, completa.

DEMANDA INTERNA 

Da mesma forma, a demanda interna também cresceu de forma bastante intensa e ajudou a drenar ainda mais os estoques brasileiros de soja. Somente o setor de alimentação animal cresceu mais de 3% em 2019, de acordo com um levantamento feito pelo Sindirações. 

E para 2020, as expectativas são de números ainda mais fortes. A projeção é de que as exportações nacionais de proteína animal sigam crescendo, uma ve que o surto de Peste Suína Africana ainda não foi controlado na China e sua demanda é pulsante. Além disso, o Brasil vem ainda ampliando e diversificando seus mercados e, consequentemente, demandando mais soja e milho para a fabricação de ração. 

Números da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) mostram que em 2019 as exportações brasileiras de carne suína foram recordes e alcançaram 750,3 mil toneladas. São 16,2% a mais do que o registrado no ano anterior. E em dezembro do último ano foram 76 mil toneladas da proteína embarcadas, maior volume mensal já registrado na história do setor. 

“As vendas para a Ásia – região fortemente impactada por focos de Peste Suína Africana (PSA) – foram o grande impulso das exportações de 2019.  A China, que assumiu o primeiro lugar nas importações já no primeiro mês do ano passado, importou 248,80 mil toneladas, volume 61% superior ao total embarcado em 2018”, diz a ABPA em nota. “Também impactado pela PSA, o Vietnã aumentou suas importações em 82,6%, com total de 13,54 mil toneladas em 2019”, completa.

Ainda internamente, o setor de biodiesel conta também com um consumo maior, uma vez que a mistura de óleo de soja no biodiesel cresce 1% ano e pode acirrar ainda mais a disputa entre exportação e demanda interna. O processo deve levar a mistura a 15% em 2023. Atualmente, a mistura é de 11% e deve passar a 12% ainda em 2020. 

FONTE: NOTÍCIAS AGRÍCOLAS

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