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Comércio exterior: Brasil vive novo momento ao derrubar barreiras

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Em entrevista exclusiva, Marcos Troyjo traça prioridades e desafios para os próximos meses no setor

Após décadas de protecionismo e isolamento, o Brasil vai, aos poucos, derrubando os muros que separavam o país das oportunidades do comércio global. De um lado, acordos importantes aproximam a nação das regras praticadas ao redor do mundo, de outro, reformas estruturais internas preparam o ambiente econômico para receber melhor os investimentos. Em entrevista exclusiva ao Imil, o Secretário de Comércio Exterior e de Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo, falou que este é um período de desafios e oportunidades para o setor.

“Estamos vivendo um momento em que há uma liquidez sem precedentes, um grande estoque de poupança acumulado. Isso acontece porque as pessoas estão vivendo mais, tem muita incerteza no horizonte, as tecnologias da informação acabam jogando os custos para baixo, o que tira qualquer possibilidade de pressão inflacionária. Por outro lado, há uma verdadeira estiagem de oportunidade de investimentos que sejam ao mesmo tempo lucrativos e viáveis. Isso traz um desafio para o Brasil, que tem uma grande carência no setor de infraestrutura, e é justamente nele onde geralmente se consegue encontrar saída para esse paradoxo contemporâneo”, explica Troyjo, ressaltando que os países asiáticos representam uma boa chance para aumentar as exportações brasileiras, sobretudo no agronegócio.

Alianças importantes firmadas recentemente contribuem para quebrar paradigmas na maneira como o Brasil se relaciona com o comércio exterior, nos aproximando das regras praticadas em outros países. Nesse cenário, estão os acordos entre o Mercosul e a União Europeia, um dos maiores da humanidade se levarmos em conta a quantidade de nações e o escopo geográfico envolvidos; o acordo com a UEFA (União Europeia de Livre Comércio); a inclusão progressiva do setor automotivo no âmbito do Mercosul; bem como os avanços nas negociações para ingresso na OCDE, clube que reúne as economias mais avançadas do mundo. Outra conquista destacada por Troyjo é o início do processo para aderir ao acordo de compras governamentais da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Por vários desses passos, estamos progressivamente integrando o Brasil não apenas aos mercados comerciais, mas também ao fluxo dinâmico das chamadas cadeias globais de valor”.

Todas essas medidas de abertura comercial aproximam o Brasil das iniciativas adotadas pelas economias que mais prosperam no mundo. Troyjo cita diversos exemplos de milagres econômicos, como a Alemanha, Japão, China, Chile e Espanha, para defender a importância do foco no comércio exterior e no aumento do fluxo de importação e exportação de determinada nação.

“É quase como se fosse possível estabelecer duas colunas de países. Uma composta por nações comerciantes, com volumoso comércio internacional, e outra com aqueles que permaneceram fechados, com pouca interação, além de importarem e exportarem pouco. Aí podemos identificar países como a Turquia, a Rússia, Argentina e o próprio Brasil. Das 20 maiores economias do mundo, ainda somos uma das mais fechadas, com menos porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB) representado pela soma de importações e exportações”, explica.

A mudança vem de dentro

Na opinião de Marcos Troyjo, o maior acordo comercial é o feito com o próprio Brasil no sentindo de eliminar barreiras colocadas através do nosso atual sistema tributário, pela burocracia enraizada no país e pela interferência excessiva do Estado na economia. Desta forma, ao melhorar seu ambiente de negócios interno, o país também se fortalece no restante do mundo.

“No momento em que o cenário internacional se fecha em barreiras protecionistas, cria mais restrições ao investimento, de repente você tem um país que, por outro lado, busca maior engajamento com a economia mundial, deixando pra trás décadas e décadas de protecionismo, liberando o seu mercado para um maior fluxo de investimentos, o Brasil acaba sendo um protagonista do que eu chamo de ‘grande diferenciação’. É justamente nesses momentos de crise em que os bons exemplos saltam aos olhos e a gente tem recebido esse feedback de uma maneira muito clara pelos investidores”, conta Troyjo.

FONTE: EXAME

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