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Driblando coronavírus, SC bate recorde de exportação para a China

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Suinocultura não sofreu impactos e aliança comercial entre os países segue forte

Na China, berço do coronavírus, a vida começa a voltar ao normal. Aos poucos, as restrições de deslocamento vão chegando ao fim. O Ligados & Integrados de hoje destacou informações sobre a atual situação econômica do país, que é um importante parceiro comercial do Brasil.

De acordo com informações do Centro de Administração de Reservas de Mercadorias da China, a reserva estatal do país vai leiloar 20 mil toneladas de carne suína congelada nesta sexta-feira, 27. Desde o começo da epidemia de peste suína africana por lá, já foram liberadas 370 mil toneladas. Mesmo com os leilões estatais, a China importou 1,25 milhão de toneladas de carnes e miúdos no primeiro bimestre deste ano.

Segundo o Departamento de Alfândegas, a despesa com os produtos aumentou 120%. Foram gastos US$ 4,7 bilhões. As importações de carne suína foram as que mais registraram alta: 158% superior ao mesmo período do ano passado. A China também comprou mais grãos  no primeiro bimestre para atender o aumento da produção de carne que ocorre por lá. Soja teve aumento de 14%, com 13 milhões e 500 mil toneladas. Com o milho o crescimento foi de 13%, com 930 mil toneladas. Já o trigo registrou queda de 9%, com 680 mil toneladas. A China é o maior consumidor e produtor de carne suína do mundo.

Por aqui, o cenário de exportações para a China, que estava muito positivo até o surto do coronavírus chegar ao Brasil, continua bom. De acordo com Losivânio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), não houve nenhuma interrupção nas alianças comerciais até o momento.

“Ano passado, entre janeiro e fevereiro, exportamos 17 mil toneladas para a China. Em 2020, no primeiro bimestre, já exportamos 37 mil toneladas. Quando falamos em Brasil, ano passado foram 20 mil toneladas e, em 2020, 60 mil. Em março ainda não temos computado o volume total, mas todas as semanas estamos batendo recordes. O Brasil, em especial Santa Catarina, é o grande exportador para aquele país. É um mercado muito promissor que ainda não foi afetado. Nossa preocupação não era o país travar o mercado, mas sim apresentar problemas nos portos. Saiu a notícia de que os estivadores estariam entrando em greve, mas isso não se concretizou. As condições de exportação continuam normais. Um porto como o de Wuhan, capital da província chinesa de Hubei, berço do coronavírus, foi fechado por alguns dias e, mesmo assim, eles conseguiram redirecionar as demandas para outros portos que foram mantidos abertos. O país ainda conseguiu aumentar a importação de carne e de tantos outros produtos. Hoje, está voltando ao normal”, disse. 

Na opinião de Lorenzi, os chineses não olham as dificuldades como um problema, porque estão sempre buscando  soluções. “Com certeza eles melhoraram a logística do país. Os chineses têm a capacidade de transformar tudo rápido, vimos a construção de hospitais para atender em tempo recorde o pessoal contaminado pelo coronavírus e a mesma agilidade para distribuir alimentos ao povo” disse.  

A China está investindo 14 bilhões de dólares para aumentar seu plantel de suínos, o que preocupa Lorenzi. Ele afirma que o mundo todo vinha enxergando uma grande oportunidade no mercado chinês, expandindo a produção de suínos. “É a preocupação que eu tenho levado às indústrias e às cooperativas. Vamos imaginar um longo prazo de dois anos, o que vamos fazer com a produção toda que está crescendo de olho na demanda dos chineses? É claro que há outros mercados, como a Índia e a Coréia, um país que sempre falamos em grande volume de exportação,  mas são apenas projeções. Não há uma garantia de que poderemos contemplar toda a produção atendendo às demandas destes mercados com o que acreditamos que sobraria das exportações para a China. Não podemos errar como erramos em 2002 com a Rússia, que trancou em quase cinquenta por cento nossas exportações e por isso enfrentamos uma forte crise na atividade. É muito importante trabalharmos agora para que o mercado interno cresça gradativamente. Produzimos uma carne suína de excelência, não só pela questão sanitária mas também pelo preço competitivo, o que é importante para que o brasileiro comece a olhar de forma diferente para a proteína e consuma mais. Assim,  quando a China cair, teremos onde colocar nossa carne e o produtor não sofrerá tanto os impactos”, explicou.

Lorenzi também informou que as indústrias não pararam a produção durante a pandemia do coronavírus. “Estamos trabalhando a todo vapor, tomando todos os cuidado com os trabalhadores para que não haja proliferação de doenças dentro das fábricas.  Verificamos a temperatura quando chegam. Quem está com problemas de saúde não trabalha, nem quem pertence aos grupos de risco. Quem não está na zona de risco está trabalhando e controlando a volta para casa, onde pode haver alguém exposto. A população precisa se alimentar, mesmo  confinada. Aliás, o consumo aumenta em uma situação assim. O agro não pára. Os animais estão nascendo e crescendo nas propriedades e precisam ser entregues, até porque há um limite na capacidade de produção e todos os dias é preciso que animais entram e saiam. Se qualquer etapa do ciclo for interrompida, o agro todo é prejudicado”, finalizou.

Além dos produtores rurais, profissionais como veterinários e engenheiros agrônomos continuam trabalhando para manter o fluxo do agronegócio. Em tempos de coronavírus, suas orientações técnicas continuam sendo essenciais para a manutenção do trabalho no campo. O Ligados & Integrados recebeu vídeos de extensionistas da Seara reafirmando seu compromisso com a produção de alimentos em meio à crise. Lilian e Daiane, de Nuporanga (SC), trabalham com suinocultura e disseram que seguem trabalhando e se cuidando. “Estamos juntos. Não desanime. Juntos venceremos qualquer coisa. Trabalhamos nessa cadeia tão importante, a cadeia alimentícia, e independente de qualquer situação, acreditem”, disseram.

FONTE: Canal rural

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