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Exportação de algodão deve crescer 115% em 10 anos, prevê Rabobank

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A exportação brasileira de algodão deve saltar das atuais 1,35 milhão de toneladas estimadas para o ciclo 2018/19 para até 2,9 milhões de toneladas na safra 2028/29, segundo projeção divulgada nesta terça-feira pelo banco holandês Rabobank. Em relatório, a instituição financeira destaca os menores custos de produção do país e o aumento em área e produtividade.

” Em função dos índices de produtividades locais, a produção majoritariamente de sequeiro e a taxa de câmbio, os custos brasileiros (breakeven) têm se mostrado mais competitivos que seus principais concorrentes, EUA e Austrália”, explica o documento assinado pelo analista sênior, Victor Ikeda.

Segundo Ikeda, enquanto o custo de produção brasileiro gira em torno de US$ 0,50 por libra-peso, nos EUA, maior exportador mundial, esse valor chega a US$ 0,72, puxado pelos menores índices de produtividade. Na Austrália, onde a cultura é majoritariamente irrigada, o custo de produção avaliado é de US$ 0,65 por libra-peso.

“O algodão brasileiro é um case de sucesso. É um setor que reduziu muito a área e se reinventou via mudança geográfica para o cerrado, modelo de negócio de larga escala e ganhos de produtividade. Tínhamos uma produtividade abaixo da média mundial e hoje temos uma das cinco maiores do mundo”, observou o analista. A previsão é de que o Brasil colha 1,67 milhão de algodão em pluma por hectare até o final da safra 2018/19.

Em relação à produção, a previsão do Rabobank é de um crescimento de 40% na próxima década, para 3,9 milhões de toneladas. ” Apesar de robusto, vale ressaltar que, percentualmente, esse crescimento esperado é inferior ao observado na última década quando a produção aumentou 125%”, lembra o documento. Para área, a previsão é de uma expansão ainda menor, de 24,2%, para 2 milhões de hectares até 2028/29.

Desafios

Apesar das boas perspectivas para a competitividade do algodão brasileiro no mercado internacional, o Rabobank destaca que o país ainda enfrenta alguns gargalos para a expansão da sua produção, entre eles a logística e a qualidade da fibra brasileira. “Apesar da nossa produção ter migrado para o Cerrado na década de 80 e 90, o nosso canal de exportação ainda é por Santos. Quase 99% do nosso algodão exportado ainda é por Santos”, observa Ikeda, ao destacar que algumas empresas já estudam formas de escoar a sua produção pelo arco norte do país.

Além da questão financeira, o porto de Santos ainda possui uma capacidade limitada para a exportação de algodão, avaliada em 1,8 milhão de toneladas – bem abaixo da previsão de crescimento pra a próxima década. O problema, contudo, reside no fato de não haver rotas de contêiner saindo pelo arco norte do país, o que exigirá que os exportadores elaborem rotas passando pela Europa para, só então, enviar o algodão ao mercado asiático. As primeiras exportações, a serem realizadas ainda nesta safra, serão um teste para avaliar a viabilidade financeira desta nova rota. “Pode ser que isso já comece a ser efetuado na safra 2018/19, talvez quando avaliarmos os números de exportação veremos que alguns outros portos estarão aparecendo no arco norte”, avalia Ikweda.

FONTE: Portal BDO

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