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Exportações de carne equilibram balança comercial do Estado

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Peste suína na China impactou as exportações goianas em 2019, depois que o país asiático passou a comprar menos soja e mais proteína animal

As compras feitas pela China tiveram um papel decisivo no comportamento da balança comercial goiana em 2019. O forte avanço da peste suína no país asiático obrigou os chineses a descartarem seus rebanhos e fez com que eles reduzissem suas compras de soja para produção de ração e aumentassem a importação de carnes de Goiás. As exportações goianas somaram US$ 7,043 bilhões e as importações foram de US$ 3,584 bilhões no ano passado, o que resultou num superávit de US$ 3,459 bilhões.

O complexo soja continuou liderando a pauta de produtos vendidos por Goiás em 2019, mesmo depois de uma queda de 29,4% em relação a 2018. Por outro lado, as exportações de carnes cresceram 13,4% no ano passado. Só as vendas de aves aumentaram 20,4% e as de carne bovina tiveram um incremento de 12,5%. Rio Verde, Jataí e Mozarlândia foram os municípios goianos que mais exportaram.

O Estado exportou 6,4% menos que em 2018, uma retração que seguiu o índice de retração nacional. O secretário estadual de Desenvolvimento e Inovação, Adriano da Rocha Lima, explica que foi um movimento combinado. Com a peste suína e o descarte de animais na China, houve uma queda na demanda por soja naquele país, que utiliza o grão na fabricação de ração para o rebanho suíno. “Ao mesmo tempo, faltou proteína animal para os chineses, que aumentaram as importações de carnes do Brasil”, completa.

Para o secretário, isso foi bom para Goiás, que exportou menos soja in natura e mais carne industrializada, que resulta num maior valor agregado das exportações. A queda na venda de soja não prejudicou a economia goiana porque o consumo interno de ração para alimentar bovinos e aves também cresceu, em virtude do aumento da produção de carnes para atender a demanda externa.

Até mesmo as vendas de carne suína, que acumularam uma queda de 40% no ano, dispararam em dezembro, com aumento de 685% sobre 2018. “Com a peste na China, nos últimos meses do ano os produtores goianos correram para aumentar a produção de suínos e exportaram mais para atender esta demanda externa”, ressalta.

Frigoríficos

O superintendente de Atração de Investimentos Internacionais da Secretaria de Indústria e Comércio de Goiás, Plínio Viana, lembra que os chineses credenciaram vários frigoríficos brasileiros no ano passado, incluindo indústrias goianas. Ele também defende que essa migração das exportações de soja para as carnes incrementaram as vendas de produtos semi manufaturados, em detrimento das commodities.

Mas, para Plínio, a grande estrela das exportações em 2019 foi o milho, cujas exportações cresceram quase 150%. Uma das razões, segundo ele, foi o aumento da produção de etanol de milho, numa variação à cana-de-açúcar, produzida em altitudes menores. “Além disso, outro Estado do País pode ter tido quebra em sua safra, o que fez com que Goiás compensasse isso, exportando mais”, destaca. Um dos fatores mais importantes no balanço anual do comércio exterior em Goiás foi a redução das vendas de produtos básicos e o aumento de manufaturados, de maior valor agregado, ao contrário do que ocorreu no Brasil.

Ao longo de 2019, Goiás importou mais produtos farmacêuticos, adubos (fertilizantes) e veículos e suas partes, comprados dos Estados Unidos, China, Alemanha e Japão. Estes produtos foram, principalmente, para abastecer a produção industrial nos municípios de Anápolis, Catalão e Aparecida. As importações goianas cresceram 0,16%.

Indústria 4.0

O secretário de Desenvolvimento lembra que Goiás não teve uma perda significativa em seu saldo comercial em 2019, como aconteceu no Brasil. Enquanto o superávit do País recuou mais de US$ 11 bilhões no período, o saldo goiano caiu menos de US$ 500 milhões.

Mas, para Adriano, é preciso focar mais no aumento da industrialização, visando a produção de produtos manufaturados, que possuem maior valor agregado e geram mais riquezas e empregos. “Por isso, cada vez mais, é preciso investir na indústria 4.0 para tornar a produção mais eficiente, ou seja, produzira mais e com menor custo”, alerta. Segundo o secretário, Goiás precisa apostar mais neste processo de modernização industrial, pois, na indústria 4.0, é possível ter uma produção diferenciada, mesmo sem perder escala, e ganhar mais mercados.

FONTE: O POPULAR

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