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Mercado da soja acabou se inclinando

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Cotações da soja recuaram, fechando a quinta-feira (16) em US$ 8,36/bushel, contra US$ 8,63 uma semana antes

Nesta semana as cotações da soja recuaram, fechando a quinta-feira (16) em US$ 8,36/bushel, contra US$ 8,63 uma semana antes.

Diante de um relatório de oferta e demanda que pode ser considerado misto para os preços da soja, o mercado acabou se inclinando às pressões negativas procedentes dos impactos do coronavírus Covid-19 sobre a economia mundial. Neste contexto, pesou o anúncio de fechamento de frigoríficos nos EUA, aumentando o temor de que o consumo de farelo de soja e de milho, por tabela, venha a diminuir de forma sensível naquele país. Além disso, o óleo de palma viu seu preço recuar 3% no mercado internacional, atingindo seu concorrente direto que é o óleo de soja. Com o forte recuo nos dois subprodutos (o farelo chegou a bater em US$ 287,50/tonelada curta durante a semana, perdendo 13,8% de seu valor naquela Bolsa entre os dias 23/03 e 14/04, enquanto o óleo voltou a recuar para a casa dos 26,50 centavos de dólar por libra-peso) o bushel da soja cedeu um pouco mais.

Vale lembrar que as indústrias de etanol enfrentam problemas igualmente nos EUA, compromentendo o consumo do milho e forçando quedas expressivas nos preços deste cereal. Com isso, o mercado já cogita a possibilidade de os produtores transferirem área de milho para a soja no atual plantio. Ora, a soja já tem um indicativo de aumento de 10% na área. Se ainda houver mais área semeada com a oleaginosa será difícil segurar o tombo nas cotações, especialmente em um contexto de pandemia ainda sem controle adequado.

Por outro lado, as inspeções de exportação estadunidenses de soja somaram a 442.024 toneladas na semana encerrada em 09/04, ficando um pouco acima do esperado pelo mercado. No acumulado do ano comercial 2019/20 o volume atinge a 32,3 milhões de toneladas, contra 30,6 milhões no ano anterior nesta época.

Já o FMI reduziu ainda mais o crescimento chinês para este ano, indicando que o PIB do país asiático não será mais de 3% mas sim de apenas 1,2% em 2020, após expectativa no início do ano de 6%.

Enfim, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) apontou que o processamento de soja nos Estados Unidos, em março, ficou em 4,9 milhões de toneladas, superando as expectativas do mercado e o volume de fevereiro, que havia sido de 4,5 milhões de toneladas. Segundo a Associação os estoques de óleo de soja em março ficaram 8,3% abaixo do esperado pelo mercado e 1,2% abaixo do volume registrado em fevereiro. Enquanto isso, as exportações de farelo de soja por parte dos EUA chegaram a 973.741 toneladas em março, superando em 28% o volume exportado em fevereiro. Duas informações, em princípio, altistas para o mercado da soja, mas que, por enquanto, pouco efeito fizeram sobre as mesmas.

Em paralelo, na Argentina a produção da atual safra de soja está estimada em 52 milhões de toneladas (a colheita apenas se inicia por lá). Deste total, 41,6 milhões deverão ser trituradas e 8 milhões de toneladas exportadas. A trituração deverá render 32 milhões de toneladas de farelo, sendo que 29 milhões serão exportadas (a Argentina é o maior exportador mundial de farelo de soja); e 8,1 milhões de toneladas de óleo, sendo 5,5 milhões exportadas neste ano comercial 2020/21.
Aqui no Brasil, com o câmbio oscilando entre R$ 5,10 e R$ 5,25 por dólar, os preços da soja recuaram um pouco diante da queda em Chicago e de prêmios estáveis (os mesmos fecharam a atual semana entre US$ 0,46 e US$ 0,75/bushel). Com isso, o balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 90,58/saco, enquanto os lotes permaneceram entre R$ 97,00 e R$ 97,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 94,00 no centro e norte do Paraná; R$ 93,50 no oeste paranaense; R$ 83,50 em Sinop (MT); R$ 87,00 em Goiatuba (GO); R$ 81,00 em São Gabriel (MS); R$ 87,00 em Uruçuí (PI); R$ 85,00 em Pedro Afonso (TO); e R$ 98,50/saco em Campos Novos (SC).

A comercialização da atual safra, em 09/04, havia alcançado 74% do total a ser colhido, contra 51% na média histórica para esta época do ano, demonstrando que os produtores, diante dos elevados preços, estão aproveitando a oportunidade. No Rio Grande do Sul, Estado geralmente conservador nesta prática, a comercialização já atingiu a 66% do volume a ser colhido, contra 33% na média histórica.

Esta realidade se reflete igualmente nas vendas da futura safra 2020/21. As mesmas, de forma antecipada, atingiam, em 09/04, a 21% do total esperado no Brasil, sendo 8% no Rio Grande do Sul; 21% no Paraná; 27% no Mato Grosso e 22% em Goiás.

Enfim, a colheita da atual safra de soja, até o dia 09/04, chegava a 88% da área nacional, contra 85% na média histórica, sendo que o Rio Grande do Sul havia colhido 74%, contra 57% na média; 98% no Paraná, contra 96% na média; 96% em Goiás, contra 98% na média; e já estando concluída no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul.

Vale destacar que a safra gaúcha efetivamente está com quebra em torno de 50% (regiões como o Noroeste, em 44 municípios produtores, registram perdas entre 60% e 80% segundo a Emater). Ora, se a expectativa inicial era de uma safra ao redor de 19,5 milhões no Estado gaúcho, a metade disso será 9,75 milhões de toneladas. Esse volume, por melhor que tenha sido a colheita nos demais Estados, deve trazer a safra brasileira de soja atual para algo entre 115 e 117 milhões de toneladas em relação as 125 milhões projetadas inicialmente.

FONTE: CEEMA/UNIJUI

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