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Mesmo com avanço de exportações indianas, oferta de açúcar seguirá insuficiente

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A Índia pode até ter destronado o Brasil como maior produtor global de açúcar nesta safra, mas as necessidades de importação da commodity no planeta ainda vão continuar restringindo a oferta e dando sustentação aos preços, acreditam analistas.

Na semana passada, a Associação das Usinas de Açúcar Indianas surpreendeu o mercado ao prever exportação recorde de 9 milhões de toneladas nesta safra. A reação dos preços, porém, foi contida: os contratos para julho na bolsa de Nova York caíram 15 pontos até ontem.

Para a Datagro, que reuniu agentes do mercado global nesta semana em Nova York no CITI ISO DATAGRO New York Sugar & Ethanol Conference, o mundo terá uma produção 1,42 milhão de toneladas de açúcar maior que o consumo nesta safra 2021/22 (que termina em setembro), após anos de déficit. Porém, a consultoria prevê que as importações serão 2,76 milhões de toneladas maiores que as exportações, exigindo o consumo de estoques para atender à demanda.

Plinio Nastari, presidente da Datagro, arrisca que os contratos futuros oscilarão na faixa entre 18,5 e 21 centavos de dólar a libra-peso nos próximos seis meses – esse patamar é o mais alto em seis anos. “O superávit na produção pode existir, mas ficará localizado nos países que produziram”, afirma. Para a próxima safra global (2022/23), a consultoria estima superávit de produção de 2,86 milhões de toneladas.

O aumento de produção na Índia ocorre a despeito das esperanças brasileiras de que o país enxugue sua oferta com um programa de etanol robusto. Neste ano, os indianos deverão misturar 11,3% de etanol à gasolina, em seu rumo para chegar aos 20% em 2025. Nesta safra, a Índia já consumiu o equivalente a 3,1 milhões de toneladas de açúcar para produzir etanol.

No entanto, a produção do adoçante crescerá mais de 10%, a 35,6 milhões de toneladas, estima a Datagro. A Tailândia, por sua vez, deverá aumentar sua produção em 20%, para 12,6 milhões, e alcançar 13 milhões na próxima temporada, nas projeções da consultoria.

O Brasil, portanto, deve continuar como fiel da balança, já que neste ano o etanol vem oferecendo às usinas uma opção remuneradora em relação ao açúcar. Para Nastari, toda a produção adicional de cana no Centro-Sul nesta safra deve ir para o etanol. Já a produção de açúcar deve chegar a 32 milhões de toneladas, volume similar ao do ciclo passado.

Com fundamentos que sustentam os preços e uma situação financeira mais equilibrada, as usinas poderão investir mais, avalia André Cury, head do Commercial Bank do Citi Brasil. “O setor aproveitou os últimos três anos para reduzir alavancagem”, disse. Para ele, o setor tende a avançar em projetos relacionados à transição energética, como etanol de milho e biogás.

FONTE: Valor Econômico

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