O acordo comercial firmado nesta sexta-feira (6) entre o Mercosul e a União Europeia é amplamente comemorado pelo governo brasileiro. O Planalto avalia a definição como um caminho para ampliar a relação comercial com o bloco, que é o segundo principal parceiro comercial do Brasil.
O que aconteceu?
Governo Lula prevê benefícios com o pacto entre os blocos. O Planalto destaca a União Europeia é segundo principal parceiro comercial do Brasil, com corrente de comércio de, aproximadamente, US$ 92 bilhões (R$ 552 bilhões, na cotação atual) em 2023. O acordo deve reforçar a diversificação das parcerias.
Parcerias comerciais do Brasil devem ser diversificadas. O governo avalia ter potencial para a modernização do parque industrial brasileiro com a integração às cadeias produtivas da Europa. Também é esperado que o acordo dinamize ainda mais os fluxos de investimentos, já que a UE é a detentora de quase metade do estoque de investimento estrangeiro direto no Brasil.
Planalto vê chance de fortalecer as instituições regionais. As expectativas preveem que o Acordo de Parceria com a União Europeia deve acelerar um ciclo virtuoso de inserção internacional do Mercosul. A previsão é motivada pelo indicativo de que o acesso preferencial obtido pelo bloco europeu abre espaço para ampliar o interesse de terceiros em negociar entendimentos com os sul-americanos.
Relação entre o Brasil e a UE foi iniciada na década de 1960. Agora, o governo classifica o acordo estabelecido entre os blocos como um “marco nas relações bilaterais”. A avaliação considera que o pacto enriquecerá a vertente política de relações “tradicionalmente densas no âmbito econômico e comercial”.
“Conseguimos preservar nossos interesses”, afirma Lula. Em discurso após o anúncio da parceria, o presidente disse que o acordo permitirá a implementação de políticas nas áreas de saúde, agricultura familiar, ciência e tecnologia. “Estamos criando uma das maiores áreas de comércio do mundo, reunindo mais de 700 milhões de pessoas”, afirmou.
Estamos assegurando novos mercados para as nossas exportações e fortalecendo os fluxos de investimentos.
– Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil
Acordo de 2019
Há cinco anos, os blocos chegaram a um “acordo político”. O pacto definia os principais elementos das negociações entre o Mercosul e a União Europeia, tais como as quotas que seriam oferecidas aos países sul-americanos.
As negociações não estavam completamente concluídas. A assinatura do tratado foi postergada devido a pontos que ainda precisavam ser negociados, como compromissos com indicações geográficas e cláusulas de implementação do acordo.
Processo concluído nesta sexta-feira foi retomado em 2023. A “etapa negociadora” ocorreu com a experiência da pandemia, pelo agravamento da crise climática e pelo acirramento de tensões geopolíticas.
Lula diz que acordo é “bem diferente” em relação ao de 2019. “As condições que herdamos eram inaceitáveis”, afirmou o presidente. Ele relatou que foi preciso incorporar temas de relevância para o Mercosul. “Estamos assegurando novos mercados para as nossas exportações e fortalecendo os fluxos de investimentos.”
Após dois anos de intensas tratativas, temos hoje um texto moderno e equilibrado, que reconhece as credenciais ambientais do Mercosul e reforça nosso compromisso com o Acordo de Paris.
–Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil
FONTE UOL
FOTO Ricardo Stuckert