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Preço do feijão deve ficar alto pelo menos até junho

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Segundo Ibrafe, aumento é oportunidade para consumidor diversificar e dar mais atenção a outras variedades do produto

Os preços do feijão para o consumidor devem se manter em níveis relativamente altos entre maio e junho, com tendência de acomodação no segundo semestre, a depender das condições das lavouras. Foi o que disse o presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Lüders, em entrevista ao vivo pelo Instagram da Globo Rural.

Ele ponderou que a valorização não está relacionada só com o consumo em tempos de isolamento social, mas também com a situação no campo. Regiões importantes da produção nacional, como Minas Gerais e Paraná, tiveram excesso de chuvas, que provocaram perdas de produção. Plantações paranaenses ainda foram atingidas por uma geada neste mês.

Do lado do consumo, explicou, as restrições relacionadas à pandemia de coronavírus levaram muitas pessoas aos supermercados, em um primeiro momento. A demanda maior sustentou os preços. Depois, houve uma acomodação no mês de abril, mas com o feijão carioca mais caro que outras variedades.

Segundo o presidente do Ibrafe, a depender da região, o feijão carioca está na faixa dos R$ 7 ou R$ 8 o quilo. A mesma porção de feijão preto ou caupi pode ser encontrada a R$ 5 ou R$ 6. Na avaliação de Lüders, ainda que esteja com preços mais elevados, o produto ainda está acessível para a população. E nos meses de julho, agosto e setembro, a perspectiva é de uma situação que considera mais “normal”.

“Paraná, produtores manifestaram preocupação com uma nova geada e tem feijão para ser colhido em junho. Em maio, alguma frente fria pode causar algum tipo de dano. O feijão deve ter um preço razoável e, no segundo semestre, esperamos que as lavouras venham bem”Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe

O presidente o Ibrafe disse ainda que o Brasil deve importar feijão preto da Argentina. Há compras pontuais também da China, mas a perspectiva, segundo ele, é do próprio país asiático se tornar importador de feijão mais para a frente.

De outro lado, as exportações só devem ocorrer se houver excedentes, especialmente feijão preto, rajado ou de corda. Já o carioca, disse ele, é consumido praticamente só no mercado brasileiro.

“Vamos ter redução nas exportações. Como o preço interno está interessante, vai ser carreado para o mercado interno. E exportamos só o excedente. Exportamos um feijão que sobra, como o fradinho, e importamos o que falta, que é o preto”, explicou, descartando riscos das vendas externas prejudicarem o abastecimento doméstico.

Diversificar consumo

Para Marcelo Lüders, a situação atual do mercado é uma oportunidade interessante para se diversificar o consumo do feijão. Ele destacou que as diferenças entre as variedades não estão apenas nas cores, mas também nas propriedades nutricionais. Atualmente, o feijão carioca representa 60% do consumo nacional.

“O aumento de preços abre a possibilidade de voltarmos um pouquinho no tempo, quando a gente tinha um consumo mais variado. Foi necessário ter a pesquisa concentrada no feijão carioca. Foi ótimo, mas há a possibilidade até de atender à recomendação do próprio Ministério da Saúde, de que tenhamos uma diversificada. Todos os feijões são nutricionalmente importantes”Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe

Segundo ele, o mercado nacional registrou nos últimos anos uma tendência de queda no consumo de feijão, que durou até 2015 e 2016. Desde então, está havendo uma recuperação. 

Atualmente, a estimativa é de um consumo entre 14 e 15 quilos do produto por habitante ao ano. Bem distante de patamares vistos, por exemplo, na década de 80, quando era estimado em cerca de 21 quilos por habitante ao ano.

Nichos de mercado

O presidente do Ibrafe comentou que o consumo no Brasil vem aumentando em determinados nichos. Um deles, o de vegetarianos e veganos que, segundo ele, representam cerca de 15% da população. É um público que, diante da necessidade de se consumir uma proteína, recebe e recomendação de adotar o feijão.

Em outros países, o consumo também tem crescido, disse Lüders. De 2015 para 2018, houve uma expansão de 30% nos Estados Unidos. Situação semelhante tem sido vista na Europa. “Há um aumento mundial e a gente sabe que aqui não vai ser diferente, de ser potencializado cada vez mais e ter um consumo maior de feijão”, afirma.

FONTE: Globo Rural

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