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Preços do trigo sobem no mercado internacional com pandemia de coronavírus

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Os preços de trigo e arroz estão subindo acentuadamente nos mercados internacionais, após a pandemia de coronavírus ter levado consumidores a estocar produtos como massas, arroz e pão. Problemas na cadeia de suprimentos e restrições à exportação por alguns países também estão contribuindo para essa alta. Dificuldades para movimentar grãos dentro de países ou através de fronteiras, combinadas com o pânico de consumidores, podem exacerbar o impacto da pandemia sobre o mercado global de alimentos.

Os futuros de trigo negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) acumulam ganho de mais de 14% desde meados de março, contrariando a tendência da maioria das commodities, que vem caindo com a redução da atividade econômica causada pela pandemia. Os preços de trigo na Europa também vêm subindo, refletindo as medidas de quarentena que estão dificultando o transporte de grãos na França, um dos maiores produtores mundiais.

Enquanto isso, uma variedade de arroz tailandês, uma importante referência no comércio internacional, já subiu 17% desde o começo do ano, de acordo com o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês).

Embora os preços estejam subindo, o mundo não está prestes a ficar sem grãos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê uma safra global recorde de 764,5 milhões de toneladas de trigo na temporada 2019/20. “Ainda há trigo suficiente no planeta para alimentar todo mundo”, diz o analista Tom Houghton, da AgriCensus.

Mas levar a matéria-prima aos lugares certos está se tornando um problema.

Na França, que tinha mais de 40 mil casos confirmados da doença até esta segunda-feira (30), o setor de grãos vem enfrentando uma escassez de motoristas de caminhão. E empresas de transporte estão cobrando mais para levar grãos até os portos porque há menos produtos manufaturados para levar ao interior do país na viagem de volta, diz Andrée Defois, presidente da consultoria Tallage.

Traders também estão preocupados com a decisão de alguns importantes exportadores de alimentos de restringir os embarques para garantir o abastecimento interno e evitar uma inflação de alimentos. A Rússia, o maior exportador mundial de trigo, deve limitar a 7 milhões de toneladas o volume de vendas para o exterior de abril a junho. O Casaquistão e o Vietnã suspenderam temporariamente as exportações de farinha de trigo e arroz, respectivamente. O ministério da agricultura do Casaquistão disse que vai levantar a suspensão e impor uma cota de exportação de trigo.

Países que dependem de grãos importados têm elevado as compras para garantir estoques suficientes durante a pandemia. O presidente Abdel Fattah Al Sisi, do Egito, o maior importador mundial de trigo, ordenou a funcionários do governo que aumentem as reservas de alimentos do país. Na sexta-feira, a Turquia comprou 175 mil toneladas de trigo em licitação internacional, de acordo com a AgriCensus. Antes, a Arábia Saudita tinha comprado 1,2 milhão de toneladas de cevada para ração animal.

“No momento, os países estão mostrando que querem importar o suficiente para o caso de isolamento”, disse o analista Michael Magdovitz, do Rabobank, acrescentando que a pandemia pode resultar em mudanças mais duradouras no mercado de grãos. Países poderiam, por exemplo, decidir manter maiores reservas estratégicas de alimentos e depender menos de um fluxo constante de importações, afirma.

Nos EUA, moinhos no Meio-Oeste chegaram a pagar por trigo soft vermelho de inverno até 35 centavos de dólar por bushel a mais do que o preço na CBOT, uma indicação da forte demanda. Os moinhos, que transformam trigo em farinha, estão trabalhando o mais rápido que podem para atender ao aumento da demanda por certos alimentos, disse um porta-voz da Associação Norte-Americana de Moinhos.

FONTE: Dow Jones Newswires.

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