Autoridades chinesas pedem a governos locais que se preparem para colapso da Evergrande

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Banco do Povo da China injeta US$ 17 bilhões no sistema financeiro local para acalmar temor dos investidores

As autoridades chinesas estão pedindo aos governos locais que se preparem para um possível colapso do grupo Evergrande. A informação foi divulgada pelo Wall Street Journal na quinta-feira (21), citando autoridades familiarizadas com as discussões.

O aviso sobre o risco de falência foi interpretado como “preparação para a possível tempestade”. ​A avaliação de especialistas é que Pequim não estaria inclinada a salvar a Evergrande, já que iria contra seu objetivo de buscar uma maior responsabilidade financeira por parte dos agentes no setor imobiliário.

Os governos locais teriam, então, a tarefa de prevenir distúrbios e mitigar o efeito cascata sobre os compradores de casas e a economia em geral, disseram as autoridades.

Ainda assim, a reportagem também aponta que o governo chinês deve oferecer algum tipo de apoio para o trabalho de reestruturação dos débitos do conglomerado.

A Evergrande, segunda maior incorporadora imobiliária da China, tem buscado alternativas para pagar juros de títulos em dólar. Parte deles vencia nesta quinta, outros na próxima semana. Todos entrarão em default se a Evergrande não liquidar os juros dentro de 30 dias a partir das datas de pagamento programadas.

Os investidores temem que uma queda da Evergrande possa se espalhar para os credores, incluindo bancos na China e no exterior.

Segundo a Bloomberg, em meio às pressões para conter o risco de contágio aos mercados de uma eventual quebra da gigante imobiliária Evergrande, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) injetou US$ 17 bilhões (R$ 89,9 bilhões) no sistema financeiro local, o maior volume aportado desde o fim de janeiro.

A reportagem diz que, antes da injeção desta quinta, a autoridade monetária já havia ofertado liquidez aos mercados por três sessões consecutivas nos dias anteriores, o que, na visão dos investidores, representa uma sinalização de que o governo local tem trabalhado para acalmar os ânimos na região.

A Bloomberg diz ainda que a expectativa no mercado é a de que o governo chinês também anuncie medidas de relaxamento na liquidez exigida dos bancos por questões regulatórias.

No cenário de informações desencontradas, ações de incorporadas negociadas na Bolsa de Hong Kong chegaram a subir cerca de 18% na sessão, com apostas entre os agentes de que a Evergrande conseguirá evitar uma reestruturação desordenada de sua dívida, após uma de suas subsidiárias negociar o pagamento de juros sobre bonds emitidos em Renminbi, a moeda chinesa.

FONTE: Folha de S. Paulo

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