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Carro, vinho, queijo, chocolate, roupa: itens europeus custarão menos aqui

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O acordo entre o Mercosul e a União Europeia, anunciado na semana passada, vai zerar as tarifas de 91% dos produtos enviados da UE para o Brasil. Com isso, itens como carros, roupas, chocolates, vinhos e remédios podem ficar mais baratos por aqui.

O prazo para a redução das alíquotas, no entanto, é gradual e pode levar até 15 anos em alguns setores. Além disso, a contagem de prazo só começará a valer após o acordo entrar em vigor. Faltam ainda o texto final e a aprovação dos países envolvidos.

Automóveis e peças

Hoje, o imposto de importação de veículos aplicado pelo Mercosul à UE é de 35%. No caso das peças para os automóveis, as alíquotas variam de 14% a 18%. Com o novo acordo, as taxas de importação de carros serão reduzidas pela metade (indo de 35% para 17,5%) nos próximos sete anos e a zero após 15 anos. No caso das autopeças, não há carência ou cotas.

“Em longo prazo, o preço do automóvel deve cair para o consumidor final, mas não me arriscaria a dizer o valor, pois essa queda vai depender da competição do mercado”, disse Carlos Primo Braga, professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC) e ex-diretor de Política Econômica do Banco Mundial.

“O que aposto é que, a partir do momento em que o acordo for colocado em prática, as estratégias comerciais de Fiat, Volkswagen e Renault vão ser diferentes das adotadas por General Motors e Ford (ambas americanas), e isso vai ser benéfico para o consumidor final e para a indústria como um todo”, afirmou Braga.

Há cota para a aquisição de veículos. Países do Mercosul podem comprar apenas 50 mil veículos por ano, sendo 32 mil no Brasil.

Vinhos, refrigerantes e licores

Os preços dos vinhos europeus também podem baixar. Isso porque o imposto de importação aplicado pelo Mercosul no caso de vinhos de países da UE é de 27%, e essa alíquota, paga pelo importador, deve chegar a zero. O acordo estabelece, no entanto, um preço mínimo nos 12 primeiros anos para o espumante.

Na lista de bebidas que terão preços reduzidos ainda estão licores e bebidas destiladas, com taxa de importação entre 20% e 35%, e refrigerantes, cujas tarifas chegam hoje a 35%. Todos vão zerar no futuro.

Para Rico Azeredo, diretor da Provino, feira profissional de vinhos e destilados, a redução para o consumidor final pode chegar a 27% no caso de vinhos e 35% nas outras bebidas. “Mas isso vai depender muito dos importadores e principalmente dos resultados positivos das reformas econômicas brasileiras, como as da previdência e tributária”, falou.

Vestuário, calçados e tecidos

Roupas e calçados, com taxa de importação de até 35% hoje, também terão seus preços reduzidos. O setor passará também a ter taxa zero no futuro.

“É razoável imaginar que o preço de roupas para o consumidor final deva cair entre 5% e 6%, mas isso não vai acontecer de forma abrupta e ainda depende de inúmeras variáveis, como qualidade do produto e economia”, disse o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.

Remédios e produtos químicos

Os produtos químicos, com taxa de importação de 18%, e os farmacêuticos, com alíquotas de 14% atualmente, também ficarão mais baratos, segundo o site da União Europeia. As taxas cairão para zero no futuro.

Remédios para pessoas e animais ocupam a liderança da tabela de importações provenientes da União Europeia feitas pelo Mercosul. Em 2018, segundo o Ministério da Economia, US$ 3,67 bilhões (R$ 14,15 bilhões) de remédios foram importados dos países do bloco europeu.

Chocolates e laticínios

Terão seus preços reduzidos também chocolates, balas, biscoitos e gomas de mascar. A taxa de importação desses produtos é de 20% atualmente. Na lista ainda estão queijos, leite em pó e demais produtos laticínios, que têm taxa de importação de 28% hoje. Todos serão zerados.

No caso dos laticínios, as taxas serão reduzidas progressivamente ao longo de dez anos após a formalização do acordo. Há uma cota de 30 mil toneladas de queijo europeu livre de tarifa e 10 mil toneladas de leite em pó.

“Podemos considerar que os preços para o consumidor final podem cair até o valor da taxa de importação que será zerada, mas a redução real vai depender de inúmeros outros fatores econômicos e de mercado”, disse Kelly Carvalho, economista da FecomercioSP.

FONTE: Uol Economia

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