Indústria e comércio comemoram. Primeiros navios, com mais de 2 mil contêineres, chegam ao Amazonas depois de 78 dias de seca
O grupo Chibatão divulgou o reinício das operações de navios em Manaus, nesta semana, com a chegada de dois navios cargueiros sem passar pelos píeres flutuantes de Itacoatiara, no rio Amazonas.
Isso porque o nível dos rios está subindo, dando condição que os navios passem nos pontos críticos da navegação.
Dessa forma, o navio Mercosul-Suape chega a Manaus nesta terça-feira (26) por volta das 18h.
E, às 20h, é a vez do cargueiro Jacarandá – Log-in. Juntos, com meia carga, deverão movimentar 2.080 contêineres.
“O navio Mercosul Suape que vai chegar amanhã à noite, no Chibatão, está calado de 7,30 metros. Posterior a ele, tem um navio Jacarandá, que vai chegar aqui em Manaus com calado de 8 metros. Porém, os navios vão poder passar com uma limitação de calado. Mas da forma que o rio tá enchendo, até final de dezembro, início de janeiro, a gente já vai estar voltando com a possibilidade para que os navios possam chegar e sair de Manaus com carta máxima”, disse o diretor-executivo do grupo Chibatão, Jhony Fidelis.
Toda essa operação ocorre 78 dias depois que nenhum navio de grande calado atracava no porto Chibatão ou qualquer outro ponto de descarga na capita amazonense.
A suspensão dessa atividade foi suspensa por causa da severa seca que atingiu o Amazonas em 2023 e 2024.
Fim da crise
Do mesmo modo, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, disse acreditar que a seca começa a ficar para trás, que já é possível que navios com meia carga passem pela enseada do rio Madeira e pela costa do Tabocal, no rio Amazonas.
Porém, Corrêa disse que ainda não é a situação ideal porque o navio com meia carga paga frete dobrado e, em vez de 2 mil contêineres, só traz a metade.
“Apesar de tudo, já é o começo do retorno às condições normais de navegação. Esperamos que nos próximos dias os navios já não precisem mais fazer transbordo em Itacoatiara. Hoje, aqueles que vêm com carga total são obrigados a fazer isso. A crise está ficando para trás e o importante é que Manaus não parou”.
Píer provisório
Por conta disso, os grupos Chibatão e Super Terminais instalaram portos provisórios flutuantes, em Itacoatiara, para trazer a carga dos navios que abastecem Manaus.
Assim como levar os insumos e mercadorias produzidas no Amazonas, especialmente, no polo industrial da Zona Franca de Manaus (ZFM).
Corrêa fez avaliação positiva dos portos temporários em Itacoatiara. Segundo ele, os píeres permitiram que durante 78 dias Manaus, o distrito industrial não parasse um único dia. E o comércio sem abastecido.
Fidelis também fez avaliação do trabalho realizado pelos píeres flutuantes instalados em Itacoatiara.
“Em 2024, o píer provisório, com os terminais de carga, foi a solução que salvou a economia do Estado do Amazonas aonde a gente, até o presente momento, já conseguiu movimentar praticamente quase que 50 mil containers nessa operação.
Portanto, o mercado, tanto indústria quanto o comércio, estão em pleno vapor sem nenhum tipo de ruptura no atendimento. Ou seja: o comércio tem mercadorias para vender e a indústria tem matéria-prima para produzir”.
Investimentos
Por outro lado, o executivo do Chibatão disse que os investimentos voltados ao píer provisório de Itacoatiara não tiveram como objetivo rentabilizar ou ter lucro.
Dessa forma, o projeto teve R$ 52 milhões de investimentos e R$ 285 milhões de infraestrutura mobilizada.
Segundo Fidelis, a intenção primeira foi não deixar o estado parar pelo segundo ano consecutivo.
“Porque a gente sabia que se houvesse uma parada, novamente, a credibilidade e a confiança do polo industrial de Manaus estaria totalmente abalada, pois, o nosso estado não sobrevive sem indústria, o comércio e todos nós dependemos dos empregos e dos recursos gerados pela indústria da Zona Franca de Manaus. Então, o projeto do píer provisório de Itacoatiara, iniciado pelo grupo Chibatão, cumpriu seu papel”.
Aprendizado
Ainda na avaliação de Fidelis, é previso tirar um aprendizado com a toda essa situação provocada pela crise hídrica severa que o Amazonas viveu em 2023 e em 2024.
Para o diretor do Chibatão, é preciso acompanhar o clima, estar próximo dos especialistas da área, fazer parcerias e, a partir de agora, realizar o planejamento de toda a logística do Amazonas.
Por fim, ele agradeceu a união dos parceiros para o sucesso do projeto e citou a Marinha, Sedecti, Suframa, Dnit e Receita Federal, que conseguiram dar uma solução ao problema enfrentado pela seca dos rios do Amazonas.
FONTE BNC Amazonas
FOTO divulgação/Chibatão