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Dólar fecha no maior nível em seis meses após susto com inflação americana

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O estresse observado nos mercados globais chacoalhou os ativos locais e atingiu duramente o câmbio doméstico nesta quarta-feira (10). O susto com a inflação dos Estados Unidos, que ficou acima do esperado e apresentou uma composição bastante negativa, levou o mercado a adotar uma posição defensiva e a reprecificar o ciclo de redução dos juros americanos esperado pelos agentes. A chance de taxas mais altas nos EUA, assim, levou o dólar a se valorizar de forma generalizada, com reflexos no mercado doméstico, onde a moeda americana subiu ao maior nível em seis meses.

No fim dos negócios no mercado à vista nesta quarta-feira, o dólar era negociado a R$ 5,0774, maior patamar desde 13 de outubro, após ter subido 1,41% na sessão.


O câmbio doméstico até ensaiou uma sessão mais calma, mas foi impedido pelo cenário externo. O susto tomado pelos agentes com a inflação ao consumidor de março nos EUA provocou fortes ajustes nos cenários dos agentes, o que se refletiu em um dólar mais alto de forma generalizada. A magnitude da valorização da moeda americana, assim, ganhou ainda mais fôlego durante o pregão e o dólar atingiu R$ 5,0854 na máxima do dia. O índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas principais, disparou, ao subir 0,98%, aos 105,171 pontos.

“Foi o terceiro número seguido de inflação nos EUA que veio pior que o esperado pelo mercado”, observa o diretor da tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, ao enfatizar que a chance de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) já na reunião de junho passou de 60% ontem para 22%. “O mercado todo está sofrendo”, enfatiza. De acordo com os contratos futuros dos Fed funds, compilados pelo CME Group, há uma divisão grande nos preços sobre se o banco central americano promoverá um ou dois cortes de 0,25 ponto nos juros neste ano.

No câmbio doméstico, os efeitos foram imediatos. Na mínima do dia, o dólar até chegou a testar o nível de R$ 5, ao cair a R$ 4,9996. No entanto, esse cenário se esvaiu assim que os dados de inflação foram conhecidos. “Como era esperado, obviamente, o real respondeu negativamente à leitura de inflação mais forte que o esperado nos EUA, mas a moeda não apresentou mais um desempenho inferior em relação aos pares. E isso aconteceu porque ninguém está exposto ao real”, observa o profissional da tesouraria de um grande banco local.

A exposição cambial do investidor brasileiro tem mudado de forma expressiva. Se, no fim de janeiro, os fundos locais estavam vendidos em dólar via derivativos (dólar futuro, cupom cambial, swap cambial e dólar mini) em cerca de US$ 17 bilhões, no fechamento dos negócios de ontem, a posição vendida somava US$ 8,63 bilhões, de acordo com dados da B3. Somente nos últimos cinco pregões até ontem os investidores locais reduziram a posição vendida em dólar em cerca de US$ 2 bilhões

“Não vemos um novo processo de depreciação cambial acontecendo no Brasil, mas esperamos um deslocamento do ‘ponto de equilíbrio’ do câmbio que reflita alguma deterioração dos fundamentos internos em meio a uma reprecificação dos juros nos EUA”, diz o profissional. Para ele, na pior das hipóteses, o dólar deveria testar o intervalo entre R$ 5,10 e R$ 5,20.

FONTE Valor Econômico

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