Entidade sugeriu ao Ministério da Agricultura mudanças no protocolo assinado com a China que determina a interrupção imediata das exportações.
Setores da pecuária brasileira estão na expectativa dos resultados dos exames feitos no Canadá que vão determinar se o caso de vaca louca no Pará foi atípico ou clássico.
Enquanto aguardam os resultados, os preços da arroba do boi gordo vêm caindo em várias praças do país.
Em entrevista ao programa Planeta Campo, o presidente da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), Maurício Veloso, afirmou que a entidade sugeriu ao Ministério da Agricultura mudanças no protocolo sanitário assinado com a China que determina a interrupção imediata das exportações brasileiras em caso suspeito, mesmo que seja atípico.
Segundo Veloso, o caso do Pará não pode ser tratado como vacalouca.
A Assocon formalizou um pedido junto ao Ministério da Agricultura sugerindo a criação de um grupo técnico para discutir alterações no protocolo, como por exemplo, que a vaca louca tenha o mesmo tratamento da febre aftosa e que a retomada das exportações sejam automáticas assim que o caso seja confirmado como atípico.
Veloso confirmou que nenhum outro país do mundo tem um protocolo sanitário como o que o Brasil assinou com a China há oito anos.
“Este protocolo nosso, infelizmente, é uma jabuticaba”, afirmou Veloso. “O que é falho nesse protocolo é que da mesma forma que é automático o embargo, deveria ser automático o regresso das negociações normais, uma vez comprovado que não há nenhuma espécie de risco sanitário nos humanos e nos animais, e isso não acontece”, disse.
A proposta da associação é que, da mesma forma que são tratados os casos de aftosa, os casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) sejam tratados de forma regionalizada. “Aconteceu algum problema no interior do Acre, então que fique circunscrito a um raio aquela cidade do Acre”, explicou Veloso. “Por que eu vou penalizar os produtores de outra região por uma coisa que aconteceu lá no Acre?”, questionou.
Cotação do boi gordo
Desde a confirmação do caso, em 22 de fevereiro, a cotação da arroba bovina vem apresentando queda em várias praças brasileiras.
Em apenas seis dias, a arroba em Goiânia desvalorizou R$ 20, representando uma queda de 7,5%.
Em Uberaba, a queda foi de R$ 15 ou 5,5%.
Em Cuiabá, a queda foi de R$ 11, o que representa uma queda de 4,4%.
A menor queda foi registrada em São Paulo, com apenas R$ 5, o que representa uma queda de 1,8%.
FONTE Canal Rural
