De janeiro a julho, valor apurado com embarques cresceu 46,5% no Estado e atingiu o montante de US$ 9 bilhões.
As exportações do agronegócio de Minas Gerais seguem com resultados positivos. Entre janeiro e julho, foi verificado incremento de 46,5% no faturamento se comparado com igual intervalo do ano anterior. Ao todo, os embarques do setor já alcançaram o montante de US$ 9 bilhões.
No período, o aumento foi estimulado pela valorização dos preços da tonelada dos produtos agrícolas e pecuários, com a tonelada sendo negociada, em média, a US$ 1.097, superando em 45,18% o valor registrado anteriormente. Ao todo, foram exportadas 8,2 milhões de toneladas de produtos, variação positiva de apenas 0,9%.
Dentre os itens embarcados para o exterior, destaque para o café, complexo soja e grupo das carnes. De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), as exportações do setor responderam por 37,7% do faturamento gerado com os embarques totais feitos por Minas Gerais no período, que foi de US$ 23,8 bilhões e ficou 4,6% maior.
Em relação às importações do agronegócio, nos primeiros sete meses de 2022, a movimentação financeira subiu 4,72%, chegando a US$ 591,54 milhões. Em volume, houve baixa de 8,91%, com a importação de 508,3 mil toneladas.
Com o resultado, no encerramento dos primeiros sete meses do ano, a balança comercial do setor fechou com saldo positivo de US$ 8,4 bilhões, 55,69% superior ao registrado em igual intervalo do ano passado.
Clima influencia preços do café
Entre os produtos exportados, o café movimentou o maior valor. Ao todo, os embarques giraram US$ 3,9 bilhões, superando em 68% o valor de igual intervalo do ano passado. Foram enviadas 980,13 mil toneladas, volume 1,2% inferior. Somente o grão respondeu por 43,8% das exportações do agronegócio.
As perdas provocadas pelo clima fizeram com que os preços do café se valorizassem no mercado. A tonelada do grão foi negociada, em média, a US$ 4.021, ante os US$ 2.365 registrados anteriormente.
O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, explica que “em relação ao cenário de redução de volumes de café exportados e crescimento significativo das receitas cambiais, isso reflete o problema de oferta que temos observado, principalmente, no Brasil. Também há indicadores de produção global com problemas em outros países, mas é mais significativo no Brasil. Desde a safra recorde de café em 2020 no País, tivemos altas temperaturas, eventos de geadas e secas, o que resultou em queda significativa de produção em 2021 e 2022, safra ainda em fase de conclusão. É normal que os dados da nova safra 2022 entrem nas estatísticas a partir de agosto. Nós também estamos em um cenário de redução da produção em função dos gargalos logísticos”.
Os embarques do complexo soja também ficaram maiores. A receita cresceu 44,5%, chegando a US$ 2,67 bilhões. Em volume, a alta ficou em 5,8%, com 4,39 milhões de toneladas embarcadas. O grupo foi responsável por 29,7% do faturamento gerado com as exportações do setor.
Carnes
No grupo das carnes, que respondeu por 11% da receita com os embarques do setor, o faturamento atingiu US$ 989,3 milhões, alta de 47,9%. Em volume, as exportações somaram 242 mil toneladas, variação positiva de 13,7%. A tonelada foi cotada a US$ 4.074, superando os US$ 3.134 praticados nos primeiros sete meses de 2021.
Os embarques de carne bovina cresceram 54,5% em valor, que ficou em US$ 754,4 milhões. Foram exportadas 125,4 mil toneladas, volume 20,9% maior que o registrado anteriormente.
A exportação de carne de frango subiu 38% em receita, que alcançou US$ 204 milhões. O volume embarcado, 102,6 mil toneladas, aumentou 9,2%.
Ao contrário das carnes de frango e bovina, as negociações de carne suína com o mercado externo recuaram. No período, os envios movimentaram US$ 22,3 milhões, retração de 12,1%. Em volume foi verificada queda de 11,6% e exportação de 11,1 mil toneladas de carne suína.
No setor sucroalcooleiro, houve alta no faturamento e queda em volume. O setor exportou 1,5 milhão de toneladas, volume 14,7% menor. Em relação ao faturamento, foi verificado incremento de 2,6%, com as negociações alcançando US$ 584,3 milhões.
FONTE Diário do Comércio
