Mega operação de transporte com mais de 120 caminhões para levar 6.000 cabeças de gado de Ibitinga – SP para o porto de São Sebastião, onde seguiram de lá rumo a Turquia.
A exportação de gado vivo, ou gado em pé, é um nicho de mercado que compõem as receitas do Brasil, eleva o reconhecimento do setor agropecuário e proporciona retornos diretos aos pecuaristas. Mega operação de transporte com mais de 120 caminhões para levar 6.000 cabeças de gado de Ibitinga – SP para o porto de São Sebastião, onde de lá seguiram rumo a Turquia.
Segundo as informações da empresa responsável pela quarentena dos animais, a Agro Betel, esse foi o último embarque do ano. “Último embarque do ano por aqui, 6 mil animais embarcando pra Turquia“, disse a empresa em sua rede social. A empresa, que é uma das líderes do mercado neste seguimento, possuí outras unidades de Estação de Pré Embarque (EPE).
“Aqui na Betel contamos com 3 EPEs, para realizar quarentena visando exportação de animais vivos, a do vídeo com capacidade de 2.500 animais, a que usamos com mais frequência nos anteriores que têm capacidade pra 7.000 animais e a nossa nova EPE que está nos detalhes finais de acabamento pra ser inaugurada, que terá capacidade pra 14.000 animais“, informou a empresa.
Os EPEs são os locais onde os animais permanecem em quarentena para o cumprimento das medidas sanitárias exigidas pelos países importadores. Lá, servidores do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal (Sisa) acompanham desde a abertura da quarentena e o trato dos animais, até o encerramento, quando eles já cumpriram as exigências e estão prontos para o início da viagem.
Os cuidados e observação relativos ao bem-estar animal começam bem antes do embarque, ainda nos chamados Estabelecimento Pré-Embarque (EPEs), também com a supervisão da equipe.
A grande operação que aconteceu, a última desse ano, contou no transporte com mais de 120 caminhões para levar as 6.000 cabeças de gado de Ibitinga, interior paulista, para o porto de São Sebastião, de lá irão rumo a Turquia.
O porto de São Sebastião é um dos principais portos brasileiros utilizados para esse tipo de carga, tendo sido palco de recentes embarques, um deles com mais de 21.000 bovinos, que também foi divulgado aqui pelo Portal Compre Rural. Ao todo, neste ano, o Porto já embarcou mais de 300.000 cabeças de gado com destino, principalmente, aos países como Turquia, Argélia e Jordânia.
O trabalho é feito por auditores fiscais federais agropecuários e agentes de atividades agropecuárias de duas áreas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa: o Departamento de Saúde Animal (DSA) e a Coordenação Geral da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).
Exportação de gado em pé
Em 2022, os países da União Europeia, México, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Brasil desempenharam um papel significativo nas exportações de bovinos, representando coletivamente 91,88% do mercado global.
A participação brasileira no mercado mundial de bovinos vivos foi de 3,78%. Quando consideramos apenas os países mencionados (países da União Europeia, México, Canadá, Austrália, Estados Unidos e Brasil), a contribuição do Brasil correspondeu a 4,11% do mercado.
Entretanto, a recuperação da exportação de bovinos em pé é notável. Em 2022, foram exportadas 194 mil cabeças, com faturamento de US$191.746 milhões. Já em 2023, até início de outubro, foram exportadas 385.168 cabeças, com faturamento de US$350.729 milhões, crescimento de 55,0% no faturamento. Vale ressaltar, que ainda se tem um trimestre pela frente para incrementar esses números.
Bem-estar animal
O Código Sanitário de Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) entende o bem-estar animal como a sanidade física e mental deles. É preciso que os animais estejam sãos, cômodos, bem alimentados e em segurança, podendo expressar seus comportamentos naturais. Eles não podem passar por situações desagradáveis como dor, medo e desassossego.
O Código indica também condições mínimas para o bem-estar animal, conhecidas como as cinco liberdades: viver livre de fome, sede e desnutrição; livre de medo e angústia; livre de desconforto físico e térmico; livre de dor, lesões e doenças; e livre para manifestar o comportamento natural.
O Mapa atua para que as ações de bem-estar ocorram em todas as fases desse processo. Também capacita todos os envolvidos no manejo animal. Para se ter uma ideia, na área portuária a fiscalização começa com a vistoria da embarcação, para checar se está apta a receber os bovinos, proporcionando as cinco liberdades.
Alimentação e água devem estar disponíveis para todo o percurso, além de equipamentos para abastecer os reservatórios e para promover a ventilação e oxigenação adequadas. Também é fiscalizado o espaçamento horizontal e vertical onde os animais ficarão, as baias hospitalares, o uso de pisos antiderrapantes e a ausência de objetos perfurocortantes. É obrigatório que haja farmácia a bordo e um planejamento para isolar decks, caso alguma patologia transmissível ocorra durante a viagem.
FONTE Compre Rural