Com foco em parar a expansão chinesa e a Tesla, rivais japonesas planejam desenvolver tecnologias, produzir peças e até uma nova arquitetura para carros elétricos
O mercado de carros elétricos mundial é dominado por grandes montadoras chinesas e pela americana Tesla. Essa dominância está fazendo com que antigos e tradicionais rivais do setor automotivo se unam para recuperar espaço. É o que está acontecendo entre Honda e Nissan.
As montadoras japonesas anunciaram que irão se unir para pesquisar e desenvolver tecnologias para veículos elétricos. Por enquanto, a parceria está na parte inicial e ambas precisam alinhar melhor os detalhes da colaboração, mas a ideia é que juntas as empresas desenvolvam peças, softwares e até uma nova plataforma para carros elétricos baratos.
“Os jogadores emergentes são muito agressivos e estão fazendo incursões a uma velocidade incrível. Não podemos vencer a competição enquanto nos atermos à sabedoria convencional e a uma abordagem tradicional”, disse Makoto Uchida, CEO da Nissan.
O foco das empresas é se preparem para 2030, ano em que as leis de descarbonização ficarão mais rigorosas nos principais mercados automotivos do mundo. Vale lembrar que a Nissan foi uma das pioneiras no ramo dos carros elétricos ao lançar o Leaf, em 2010, mas acabou ficando para trás, sendo ultrapassada por BYD e Tesla, por exemplo.
A parceria também será uma forma de reduzir custos de produção, não só no Japão mas também em mercados internacionais. As duas montadoras já trabalham com outras empresas e compartilham tecnologia de carros elétricos. A Honda se uniu à General Motors e utiliza a plataforma Ultium para os SUVs Honda Prologue e o Acura ZDX.
O caso da Nissan já é mais conhecido. A montadora japonesa formou a Aliança com Renault e Mitsubishi, inclusive, seu novo elétrico, o Micra, usará a mesma arquitetura do Renault 5 e será produzido na mesma fábrica no norte da França. Sobre isso, o CEO da empresa afirmou que sua parceria com Honda não prejudicará os negócios com os franceses, visto que eles são focados apenas no mercado europeu.
FONTE CNN