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Oferta de vinho da Europa vai aumentar

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O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia animou importadores de vinhos, que se preparam para ampliar a oferta de rótulos a preços mais baixos.

O acordo prevê a redução do Imposto de Importação de vinhos e champanhe de 27% para zero no prazo de oito anos, para garrafas de até cinco litros. No caso de espumantes, nos primeiros 12 anos, a tarifa será zero para garrafas com preço mínimo de US$ 8 FOB (“free on board”) por litro. Após esse prazo, a tarifa será totalmente zerada. A proposta ainda precisa ser regulamentada, mas o setor espera já começar a se beneficiar das medidas a partir de 2020.

“O acordo entre União Europeia e Mercosul é a melhor notícia para o consumidor de vinhos dos últimos 50 anos”, afirma o empresário francês Philippe de Nicolay Rothschild, dono da PNR Import. O executivo diz que pretende ampliar a oferta de rótulos europeus. A PNR Import trabalha com aproximadamente 200 rótulos da França, Itália, Espanha e de Portugal, e pretende ampliar o portfólio para 330 já neste ano. A estratégia de Rothschild é, em suas palavras, “oferecer o melhor vinho possível a um preço justo”. A oferta é variada, com vinhos que vão desde R$ 55 a garrafa a R$ 9 mil. “Toda redução de imposto será repassada ao preço final para os consumidores”, diz.

A PNR Import vende pela internet e por meio do clube de vinhos Magnum Club, que foi rebatizado de Edega neste mês. A companhia também colocou no ar o Monvin, um serviço de vendas para empresas. Rothschild estima um crescimento de 14% a 15% em vendas já neste ano. A empresa não divulga dados de receita e lucro.

Felipe Galtaroça, diretor da Ideal Consultoria, observa que a União Europeia responde por 60% da produção e da exportação mundial de vinhos. Mas, no Brasil, tem 37,4% das importações. Os europeus perdem para vinhos do Chile e da Argentina, que são isentos do Imposto de Importação. A América do Sul representa 60,1% dos vinhos importados.

Galtaroça estima que a participação de vinhos europeus se igualará à dos vinhos sul americanos com a redução da carga tributária. “As importações da Argentina e do Chile tendem a cair com a competição dos europeus”, diz. Ele observa que mais de 70% das importações são de vinhos de até R$ 50 por garrafa, que são a maioria exportada pela Europa. Hoje, devido à carga tributária de 69,73% sobre o vinho importado, esses rótulos chegam no Brasil mais altos.

Galtaroça também considera que muitas importadoras que não repassaram toda a variação cambial aos consumidores nos últimos anos aproveitarão o momento para recompor margens. “Se o dólar se mantiver na casa dos R$ 3,80, como previsto pelo Banco Central, o mais provável é que esses vinhos tenham redução nos preços de 20% no varejo”, estima o analista.

Marcelo D’Arienzo, presidente do Grupo Wine, dono do site Wine.com.br, diz que pretende repassar a redução de 27% nos preços aos consumidores. “Não haverá só mudança em preços, mas aumento na oferta de rótulos europeus, o que impulsionará as vendas”, afirma. O executivo diz que a companhia trabalha com 60% dos vinhos importados vindos da Europa e esse percentual tende a crescer com a redução do imposto.

O acordo também animou as vinícolas europeias. “O Brasil sempre foi visto como um país com grande potencial de vendas, mas com uma complexidade tributária e fiscal grande. Com a redução da carga tributária, os vinhos chegarão ao país com preços melhores e isso vai estimular o consumo”, afirma Fabiano Ruiz, diretor-executivo da Freixenet no Brasil. Em junho deste ano, a Freixenet passou a ter operação direta no Brasil, em vez de importar por terceiros. A previsão da empresa é ampliar as vendas no Brasil em 20% neste ano.

“O Brasil tem um potencial de crescimento brutal. Olhamos os próximos anos com otimismo”, diz Antônio Soares Franco, diretor de marketing e vendas da vinícola portuguesa José Maria da Fonseca, dona da marca Periquita. O executivo diz que 25% das exportações da vinícola já têm como destino o Brasil. Franco estima para o ano aumento de 10% nas exportações para o Brasil, mantendo o ritmo registrado no primeiro semestre.

FONTE: Valor Econômico

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