Terminal fluvial já é o quarto em importância para escoamento da produção de Mato Grosso do Sul; veja o raio-x completo do comércio exterior do Estado.
As exportações de grãos via Porto Murtinho quadruplicaram no período de 1 ano, é o que mostra a carta de conjuntura das importações e exportações divulgada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), de Mato Grosso do Sul.
A cidade localizada no Sudoeste de Mato Grosso do Sul, e que escoa a produção de grãos via Rio Paraguai, exportou 841 mil toneladas de grãos entre os meses de janeiro de junho deste ano, quantia quase 400% maior que a verificada mesmo período de 2022, quando o terminal fluvial escoou 193,4 mil toneladas de grãos.
A receita em dólar também é superior. Enquanto no ano passado as exportações via Murtinho renderam US$ 123,2 milhões, neste ano elas representaram US$ 445,35 milhões: 261% a mais no período.
“É importante destacarmos a participação de Porto Murtinho nesse cenário, devido ao fomento do Governo do Estado para as exportações e importações por meio da Hidrovia do Rio Paraguai”, ressaltou o secretário Jaime Verruck.
Outros portos
A maioria das exportações de Mato Grosso do Sul ainda continuam sendo escoadas via Porto de Paranaguá (PR). Neste ano, de janeiro a junho, foram embarcadas 3,5 milhões de toneladas de grãos do porto paranaense (a maioria soja), volume maior que as 2,5 milhões de toneladas embarcadas no ano passado.
A receita das exportações via Paranaguá também está maior: US$ 2 bilhões em junho deste ano, contra US$ 1,6 bilhão: 27,5% a mais que no período de janeiro a junho do ano passado.
Os números indicam que, o volume maior da supersafra de soja (e ainda os resíduos do milho que estava armazenado) compensam a queda no preço destas duas commodities.
Pelo porto paranense ainda é escoada grande quantidade de carne bovina congelada produzida em Mato Grosso do Sul.
O segundo porto com maior volume de exportações para os produtos sul-mato-grossenses é o de Santos (SP). Mas neste caso o produto é outro: a celulose, toda ela produzida em Três Lagoas, além da carne bovina.
O volume neste ano é maior, mas a receita, porém, é menor. Foram exportadas 2,9 milhões de toneladas de produtos pelo porto paulista de janeiro a junho, com a geração de receita de US$ 1,33 bilhão. No ano passado foram 2,7 milhões de toneladas de produtos, e uma geração de receita de US$ 1,37 bilhão.
O terceiro maior destino das exportações de Mato Grosso do Sul é o porto catarinense de São Francisco do Sul que, assim como Paranaguá (PR), também se escoa produtos frigoríficos e grãos. Por lá, o volume escoado em junho dobrou de quase dobrou de 890 mil toneladas para 1,5 milhão de toneladas de produtos. A receita aumentou 58%: passou de US$ 478 milhões para US$ 756 milhões.
O quarto porto mais movimentado é o porto fluvial de Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e o quinto maior destino das exportações de MS é o porto de Rio Grande (RS).
Municípios
O município de Três Lagoas, em termos de receita, fechou o primeiro semestre de 2023 como o líder de exportações em Mato Grosso do Sul, puxado pela celulose. A cidade abriga duas plantas da Suzano e uma da Eldorado e foi responsável por escoar 23,7% dos valores exportados pelo Estado: US$ 945 milhões neste ano. No ano passado, porém, a receita foi maior: US$ 960 milhões.
A receita de exportações via Dourados, cidade que mais exporta grãos em Mato Grosso do Sul, saltou 138,2%. A cidade é a segunda maior exportadora do Estado.
No primeiro semestre deste ano Dourados exportou US$ 836,9 milhões, o equivalente a 20% do valor exportado por MS. Entre janeiro e junho de 2022, os valores exportados pela cidade eram de US% 351,3 milhões.
Corumbá, grande produtora de minério de ferro, é o terceiro município que mais exporta em Mato Grosso do Sul. As exportações na Capital do Pantanal tiveram um salto de 100% entre o primeiro semestre de 2022 e o primeiro semestre deste ano, com a receita passando de US$ 187,1 milhões para US$ 381,3 milhões.
A Capital do Estado, Campo Grande, é a quarta colocada em exportações, e mantém uma receita estável.
No ano passado, no primeiro semestre, exportou US$ 275 milhões, e neste ano, US$ 288,9 milhões.
Entre os municípios exportadores também se destacam, nesta ordem, Antõnio João, Chapadão do Sul, Maracaju, Caarapó, Sidrolândia e Naviraí.
Produtos
No primeiro semestre o aumento no embarque da soja, do milho e de açúcar garantiram o superávit de US$ 3,7 bilhões na balança comercial de Mato Grosso do Sul. Isso porque a receita de celulose, embora significativa, se manteve estável, e a receita oriunda da carne bovina – em função do embargo de de mais um mês pela China em função do mal da vaca louca no Estado do Paraná – caiu 22%.
A soja é principal produto de exportação de Mato Grosso do Sul: foram exportadas 4,4 milhões de toneladas da oleaginosa, o que gerou uma receita de US$ 2,3 bilhões de dólares. No primeiro semestre do ano passado, o volume exportado foi de 2,8 milhões de toneladas vendidos a US$ 1,5 bilhão.
A celulose é o segundo ítem da balança comercial sul-mato-grossense: foram comercializados para outros países 2,1 milhões de toneladas do produto, com uma geração de receita de US$ 771 milhões. No ano passado, no mesmo período, foram gerados US$ 753 milhões de receita para uma exportação de 2,2 milhões de toneladas.
A carne bovina é o terceiro ítem da balança comercial em geração de receita: neste ano as 92 mil toneladas foram vendidas a US$ 443 milhões, enquanto no ano passado, foram exportadas 102 mil toneladas a US$ 568 milhões.
Na sequência aparecem farelos de soja (US$ 396 milhões), milho (US$ 370 milhões), açúcares (US$ 255 milhões), carne de aves (US$ 165 milhões), gorduras e óleos vegetais (US$ 165 milhões), minério de ferro (US$ 102 milhões) e ferro-gusa (US$ 84 milhões).
Importações
O produto mais importado por Mato Grosso do Sul é o gás natural da Bolívia. Neste primeiro semestre, foram comprados US$ 729 milhões do produto do país vizinho, 6,1% a mais que os US$ 687,1 milhões do mesmo período do ano passado.
O segundo produto mais importado são os adubos e fertilizantes. O volume comprado, em termos de receita porém, é 46,9% menor. Foram comprados US$ 276 milhões destes produtos neste ano, contra US$ 520 milhões no ano passado. Em toneladas, a quantidade também é menor: 632 mil toneladas neste primeiro semestre, contra 745 mil toneladas no primeiro semestre do ano passado.
FONTE Correio do Estado